Na penumbra azul de uma noite escura
candeia forma iluminada
ofusca a pele de quem antes não via nada
mostra-te nua de sorriso inabalado
Torta sombra recobre este rosto
fortes são os contornos
O corpo moço e formoso
Alumia à bela, luz azulada...
Penada anda por ruas desertas
Calçando trechos em seus buracos
Remendando o que dantes despedaçava
Revestindo de rocha e calcário
Sua carne crua, pura e fraca, putrefata
Endurece tua alma, vá endurece
Que desta vida, sentimentos não há qual valha
Seque a fonte! Enterre no olhar terno tua alma
Veja de longe a grande guerra da vida humana
Esconde em teu peito os vestígios da última lagrima
Vá para estrada
Não deixe que te façam mais um estorvador
Não deixem que te matem
A verdadeira chama da experiencia que engrossa nossa alma
Vem do trepidar diário ao caminho da velhice que nos aguarda
E guarda!
Não acredite no que dizem sobre a fuga
Foge pra viver longe do que não lhe agrada
Esquece a espécie servil que é o homem
Faça direito o que ele finge não ver fazer
Caminhar nesse curto tempo em direção ao nada !
Algumas peças nunca se encaixaram
Algumas cores não combinam
O que seria da vida sem a diversidade?
O que seria da vida sem a vida,
Esse trecho por onde andamos de passagem...
Passagem foi o que significou
E não é necessária resposta
E de maneira nenhuma se importe se algum dia
foi uma cor que nunca brilhou
A verdade é q só foi bom quando se doou
Quando foi que isso aconteceu?
Nem por um dia só durou
Já faz tanto tempo que esse tempo passou
É passado, não volta... morto e enterrado
Fica mais distante a cada passo
E como sou generoso,
quero ver esse mundo largo.