domingo, novembro 14, 2010

Indecisão

O tempo passou e continua
não sei se falo ou desato
as pontas do que sinto

não sei se fio
ou se rompo
com estes sentidos

sei que uiva o vento
e trinca a terra
lento

como o tempo
que finda um cânion profundo

como o rio que seca
cortando a terra
criando um vão
rachando o mundo

domingo, outubro 31, 2010

O Verso do Oposto

Nossos gostos sempre opostos
Em nossos versos, 
nosso verbo sem credito
Nossa vida sempre um engano
Nossa mentira um erro humano

Por essas e outras

Em oposto ao reverso
escrevo esse verso
pra dizer que acabou,
como tinha de acabar
lançados ao ar perdidos no mar
nas chuvas onde tudo começou

Respira fundo toma banho, me arrumo
Aprumado estou.
Pronto para mais uma,
E para por fim a uma
História de amor.



terça-feira, outubro 26, 2010

Finito

Ao fim era como uma gangrena
um pedaço podre de mim que crescia
Tentando devorar-me todo por dentro

foi-se então ao tempo
foi, o seu veneno

curado deste mal que tanto me atormenta
o vejo absorto em seus pensamentos
incapaz de reconhecer em seus atos
sabendo que foram insensatos
se desfaz como as nuvens de setembro

mas,

um dia a juventude se vai,
e nossas mentiras esquecidas
voltam em forma de arrependimento.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Ao Acaso

Estou de volta a dar voltas
Adentro deste mundo mundano
De volta a vida arriscada
noturna
em meio a devaneios de loucura
Leviano
Seguro

No eterno retorno vão da vida boêmia
Um bêbado são
Que se atira ao espaço das multidões
A mercê aleatória da vida vadia
aos riscos dessa vida
Pronto para os prazeres de um novo horizonte
de belas curvas, traços finos e cabelos longos.

domingo, setembro 19, 2010

Candeia

O Silêncio durante a manhã
A boca cerrada
A Solidão que atravessa a tarde
Tudo passa

Um dia vazio

O ultimo passeio vespertino
O ultimo suspiro do Dia

Os ruídos dos pássaros
Aos cantos os grilos
O tão longínquo ruído de motor
Tudo isso

A Noite silencia

Não há ninguém comigo
Não há companhia
Foi este um dia vazio
Um dia que ao fim
onde finda a Noite

Linda

Se perde no desespero
no vácuo
Hiato
De sua companhia

Uma vela acesa me alumia
Na candeia
O Fogo vivo cambaleia
Quase tão sensual quanto seu corpo a luz do dia
Me esquenta, me seduz
Me alimenta e me reduz

Forma de mim um sonho abstrato
Um acontecer grato
Em um anoitecer de lembranças
por momentos plenos de alegria

Lembranças boas da Vida

Da vida que escolhi
A Vida viva
Por muitos esquecida
Em muitos perdida
Mas a Vida
Que quero para mim

sábado, agosto 28, 2010

amanheci com o dia.
A muito não o via...
Sol, mestre e maestro
de todas as coisas divinas

E o vi no único momento em
que é tão belo quanto a lua
onde ao horizonte firme
tinge o firmamento com sua alegria...

(onde a lua nua rosada e quente)
do mesmo modo transfigura o horizonte cinza
No rubro intenso de sua imensa sabedoria

tão belo é o dia. e há tempos não nos víamos.

quinta-feira, julho 29, 2010

( )

Nenhuma palavra,
Nenhuma palavra em minha alma
Por isso escrevo esse texto vazio
Tentando lhe prender por este sentido

Sentimento
Vácuo, vazio e apagado.
Preenchido pelo nada,


e nada mais.


apenas o desconexo
o sem sentido
perdido e desconhecido

apenas o vazio,

apaixonado e entretido.

terça-feira, julho 06, 2010

A Lágrima

Tinha acabado
A dor d'antes submersa, agora floresce
como a umidade que tanto me faz falta
Emerge das entranhas do solo vermelho e seco
pelo caule vivo da flor lilás

A lágrima.

tão rara em meu rosto,
tão desesperadamente impensada
me mostra que não sou dono de meus sentimentos

me despedaço.

escorre a lágrima pelo rosto.

Trêmulas e imprecisas minhas mãos se agarram ao telefone
Chacoalha como as águas torrentes em um desfiladeiro
grunhe como desespero solitário da garganta de um abismo
minha vóz.

Choro.

Choro por saber que magoei quem amava
e agora me perco em meus sentimentos por não ver uma saída
ferida fria, aberta e maligna.

Faço o que há de fazer,
espero, que feche
espero fechar.
a ferida que abri em você.

segunda-feira, maio 24, 2010

Sábado

Sábado de manhã
Andando não sei pra onde,
Sem rumo

Reparo pelos caminhos
Olho a paisagem
Não me permito qualquer destino

Rumo para onde todos se encontram
Ando como todos andamos
Com todos que andam

Todos andamos
Em um sábado sem sentido
como em todos os outros dias

Andamos
Enquanto estamos
enquanto somos

vivos

Me pergunto o que seria se não existissem as leis
Quais leis teríamos?
De que valeria tudo que carregamos
empunhando
exibindo

Não teríamos

Talvez, mas só talvez

Seríamos...

como em um sábado sem destino.

quarta-feira, março 17, 2010

Morreu...
ele pode ressuscitar mais, por vez: morreu.

morreu o poeta em mim, ele já não escreve. ele já não existe, sou outra pessoa, e esse blog é passado.


tão passado quanto tudo que escrevi aqui.

não escrevo mais!

mas não defino o infinitivo,
nada é indefinido
por enquanto é...
definitivo.
...

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Humando

Ser Humano não é ser-humano,
Ser Humano é amar.
Porque ser-humano é amor.
flor
calor
dor
furor
humor
cor
...