Uma rua, rio negro de preto óleo, signo do confronto entre dois mundos. Vejo-os de longe em desencontro, ele deixando-a ao abandono. Idéias em seus corpos, postos em opostos. Um de seu lado calçado e o outro fugindo. Vontade de se desligar, cortar qualquer laço, sem beijos, abraços, no meio do fluxo continuo divisor de águas, asfalto. Uma palavra dada ao acaso para ser emudecida pelo espaço, mas nada falso… um simples momento introspectivo.
Vindo de dentro resposta rápida do que não devia ser ouvido, um doce e lindo som divino me dizendo em tom vivo, como eco do que a pouco tinha dito. Ligação metafísica criada por uma linha fictícia, verbo. Mutuamente compreendido sentimento de autoconhecimento, certeza de ter em si centelha divina, criando em minha mente um belo retrato do passado de uma noite de aniversário em que o presente – expressão mal compreendida – foi um sorriso.