terça-feira, dezembro 21, 2004

A feiúra pacífica criada pelo descuido da própria imagem

Reflete-me o espelho, me abandono. Esqueço da imagem, do que vejo, busco sentir-me bem comigo mesmo. Saio de casa passeio, vejo amigos, abraço-os e as beijo, não faço planos, não sinto desejo, não me lembro, tomo o cogumelo, sonho. Não quero brigar, não quero matar, não quero vencer, não quero viver mais do que a vida tem a me oferecer.
Sofro, rio, choro. Aproveito tudo que posso, quando posso, do jeito que posso, em quanto posso. Viver.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

uuuuufffsssssssss

Por traz de todo discurso libertário eu sempre vejo, não sei porque, uma simples vontade de poder por poder...

quarta-feira, dezembro 08, 2004

Brasil Olha a Tua Cara

vivemos em um país onde "simpatico" não é um elogio...

Ansiedade

Palavra que traduz o mais cruel dos sentimentos
Queimando por dentro, inconsciente
Tira fome, tira gosto, tira alegria
Só não sei como tirar esta minha agonia

Perco controle, não consigo pará-lo
Corro, grito, sofro
Não durmo, não como, não morro!

Sinto por dentro, em minhas entranhas
Um fogo destruidor que as consomem
Arrasto-me pelos aposentos
Tento me distrair, mas não cessam os tormentos

Tv, inútil! Ler, nem pensar!
Concentrar-me em qual quer coisa
Nem pensar!
Só mesmo na causa do sofrimento

Insegurança, insensatez
Tudo vindo à tona
AAAAAAAA!
O que faço pra isso parar?

Não consigo viver, não quero morrer
Maldita consciência!
Por que fui inventar de nascer?
A vida dói e não era para doer...

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Ontem, Hoje e ainda por um Bom Tempo

A história de Édipo é o retrato perfeito do herói contemporâneo, ele é belo, é rico, é inteligente, forte, honrado, corajoso e amável. Pobre Édipo não sabia que sem um certo grau de perversidade, estava condenado a pagar caro por cada uma dessas qualidades. Pobre Édipo, e repito essas palavras que ainda se repetirão neste texto, por não querer destruir sua família fugiu, mas no caminho de sua fuga, sem saber, acaba por matar o próprio pai e quem diria, por querer ajudar um povo que acabara de perder o seu rei, casaria, Édipo, com sua própria mãe. Sempre atrás da verdade, Édipo por sua vez, descobre afinal, que era o assassino do próprio pai e ainda por cima casara com sua mãe. Pobre Édipo, não se agüentando de desgosto e remorso, e com um sentimento de culpa digno do nobre herói que ele era, para piorar toda sua triste trajetória e tornar grandiosa sua tragédia, fura ele os seus próprios olhos.

É ai está o verdadeiro exemplo do herói de todas as eras que se forma no imaginário de todos nós, ele é belo, é rico, é inteligente, forte, honrado, corajoso e amável. Sua história é o exemplo real da vida trágica que terá de passar aquele que se arriscar a encarnar o espírito desse herói. Herói com final feliz... só em historias em quadrinhos e romances modernos. Na Grécia antiga, época em que o homem imperfeito como é, era afirmado, venerado e festejado pela população --população essa que em prova disso, vemos dar aos seus deuses, que em todas as civilizações sempre foram criados, ou vistos, como um exemplo a ser seguido, o mais fiel retrato do homem--, o verdadeiro caráter grundlos (sem sentido) da vida era muito bem representado nas trágicas histórias dos seus heróis.