terça-feira, fevereiro 05, 2008

Incômodo


Sentado sem ter o que pensar, Linhas na minha frente. Papel caneta; que nada! Há apenas um teclado. Estou incomodado, gostaria de ter a chave que abrisse portais da verdade. Não tenho... Me sinto mal, me rodeia o incomodo. Escrevo, Bato teclas, quebro o silencio noturo, sufoco a musica dos grilos apaixonados. O que me incomoda? O fato de saber não ter o controle sobre as coisas, sobre as pessoas. Esse desejo despótico e tirano --sem duvida desejo de todos--. Mas me bastaria controle sobre mim mesmo. Não o tenho, foge-me os sentidos no tempo. As sensações no sentimento. Perco-me em total descontrole. Devaneios. Me sobram cacos de histórias. Preso em um destino cruel: o que me deram os deuses. Quem dera eu ter cantado antes ao Tempo para que este me deixasse em paz e são, quem me dera antes ter louvado os santos e pedido sua proteção...
Projeto meu destino a curto prazo, não me interessa mas saber se o Destino --outro entre os deuses louváveis-- me sorri ao esbarrar seu irmão, Acaso. Se a Sorte, linda e perfeita deusa, a mais belas entre as belas ninfas do Tempo, desejar, por mim, andar com seu senhor amado de braços dados, ou se o indesejado Azar, que gosta de acompanhar as pessoas, resolver seguir-me passo a passo. Peço aos bons deuses que me ajudem em momentos delicados, peço ao Vento que leve a frente, eternamente, distante, todos os maus agouros que em mim possam querer apoiar-se.
Corpo ereto, cabeça fria, olhos cerrados. Manter-se calmo, sigiloso e concentrado. Passa então com essa reza os desconfortos do passado. E a esse lindo ser abstrato, o Passado, agradeço por tudo devorar em sua enorme boca com milhares dentes afiados! Ficam aqui meus votos de bem aventurança e muito poder a todos os deuses e deusas que nos fazem esquecer. Dadiva divina para poucos mortais, os quais sabem aproveitar seus poderes tão eficientes e tão prestativos no caminho da vida e na busca pela felicidade. De que vale a vida se não há temos em meio a risos, gargalhadas, lagrimas, tristeza e sentimentos variados? Reconheço que o encanto está na queda à qual posso me levantar. Mas longe de mim o Fracasso, esse deus demoníaco que dentre todos os outros merece o mais cuidadoso respeito na mais forte couraça. Beijos e abraços. Bateu-me agora o Sono. Gloria ao Sono querido e estimado.

3 comentários:

Victor Meira disse...

Bom Leon, é o pesar de todo escritor. O texto tem muito sentimento e verdade.

Vou vir mais vezes te ler aqui nesse blog.

Um abração.

Unknown disse...

Esse desenho e o texto me fez recordar quando comprei minha primeira e última máquina de escrever :P ....i..d..é..i..a...

Muito bom o desenho, parabéns
Você escreve bem.

Erick

mari lou disse...

isso aqi foi mto bom, me parece, foi o concentrado d tudo o q vc pensou em escrever:

"Me sobram cacos de histórias"

um bjo.