Inalo o Mar
a beira da Marina
mas não tenho ar
nem a tenho em minha vida
Vasto o mundo a outra margem
incontestável sua beleza
curto o espaço que ocupo
em quem separa o mundo a sua beira
Porto seguro para pequenos barcos
onde balançam solitários
a sombra do que sobra das ondas
que ao quebra-mar passam lesas
triste pois,
estão sempre a espera que os levem a passeio
Mas não desisto nunca
sei que um dia terei meu barco lá
a aportar
mesmo que por um curto período
pois sei que...
É navegar que amo mesmo
Por enquanto me contento em ficar aqui
a beira da Marina
sentindo-a
sentindo seu cheiro
Pois sei que não a amo, mas a desejo.
E a desejo tão intensamente
que se fosse ela uma mulher
mesmo que virgem
lhe roubaria um beijo.
Quem sabe assim, talvez
o quebra-mar se desfizesse
Deixando a onda entrar
desmanchando a Marina
fazendo-a Mar
e me fazendo ama-la
como amo navegar a ermo.
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