quinta-feira, janeiro 17, 2008

Sonhologia


Para onde passam os pássaros?
Por sobre passos de quem em sonhos passados
Sonhava que voava por sobre as arvores

Mas agora é tarde, passos passam apressados
Não voam longe, não escalam montes
Não apreciam verdes Prados

Prisioneiros de rotinas diárias
Descontentes com seus trabalhos
Encarcerados, sufocados, encerrados!
Ruas: estreito de enormes prédios e ares pesados

Grandes cidades, pequenas pessoas, muita desigualdade
Não são formigas e nem comem asfalto
São carne viva vivendo em civilidade

Um comentário:

mari lou disse...

uhm... adorei prncipalmente as duas primeiras estrofes... lembrei, para o desfecho do poema, algo como isso aqi, ó:

O Pardalzinho

O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!

Manuel Bandeira

bjo.